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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O sepultamento de Zapata e a carta a Lula

Esperei até agora (17:28 pm) para fazer esta edição, porque o site do Diretório Democrático Cubano anunciou que iria divulgar um áudio (ou vídeo) da passeata nos funerais de Zapata Tamayo em Holguín. Entretanto, como eles ainda não disponibilizaram, deixo para outra oportunidade, ou, quem sabe, até fechar esta edição o vídeo já esteja disponível e o coloco no final. Mas haverá outros dois, que não vi circulando pelo Brasil que dizem muito, de uma e outra parte envolvidas neste evento hediondo que vale a pena assisti-los.

Como este fato teve repercussão internacional, com protestos e artigos de repúdio vindos de todos os países livres, os jornalões brasileiros resolveram informar mas com aquele estilo porco de chamar o ditador de “presidente” Raúl Castro. O Pravda Tupinikin (O Globo) foi um dos primeiros a comentar este assassinato ainda ontem mas, como não podia deixar de ser, não ouviu a voz da dissidência. Na matéria eles só ouviram o lado dos criminosos, onde um cínico e nauseabundo alcoólatra Raúl Castro teve a petulância de dizer que “A tortura não existe, não houve tortura e não houve execução. Isso acontece na base de Guantánamo”, referindo-se à base americana, mas os entrevistadores, por serem coniventes e/ou mal informados, não concordaram com ele respondendo-lhe que sim, que há incontáveis presos políticos em várias prisões cubanas em Guantánamo e que sofrem as mais desumanas torturas e maus-tratos, como receberem comida deteriorada e com vermes, dividir cela com ratos e baratas, tomas água infectada e com fezes, etc.

E mais adiante, com a maior cara de pau, este assassino sentencia: “Lamentamos muitíssimo (a morte). Isso é resultado dessa relação com os Estados Unidos”. Para quem não conhece a história destes mártires cubanos, em fevereiro de 2003, aproveitando que o mundo estava com os olhos postos na guerra Estados Unidos x Iraque, Fidel jogou nas masmorras de sua ilha pessoal 75 dissidentes, alegando que todos eles “eram mercenários traidores da pátria” e que “eram agentes da CIA a serviço do Império”. Zapata se encontrava no meio desses “traidores”, daí que os Estados Unidos são os responsáveis pela prisão, tortura, espancamento, negação de atendimento médico e, finalmente, o óbito. E Lula lá, se fingindo de morto, disse que “Se tivessem pedido pra conversar comigo, eu teria conversado com eles e qualquer presidente teria conversado. Não nos recusamos a conversar”. E mais adiante, visivelmente irritado, disse: “Se essas pessoas tivessem falado comigo antes, eu teria pedido para ele parar a greve e quem sabe teria evitado que ele morresse. Lamento profundamente que uma pessoa se deixe morrer por uma greve de fome”. Ora, a questão não é “convencê-lo a parar a greve fome” mas interceder junto à ditadura para que ela libertasse todos os presos políticos, condenados injusta e fraudulentamente! Se Lula tivesse tido acesso aos dissidentes, teria sido gentil e intercederia em favor deles, ou agiria do mesmo modo “intercedeu” pelos boxeadores que buscaram asilo político durante o PAN? Quem não lembra disso? Mas Lula não fez nem fará nunca, porque ele é conivente com todos esses crimes que se cometem em Cuba, na Venezuela, na Bolívia, em qualquer país cujo governante é membro do Foro de São Paulo e ainda mais com o terrorismo das FARC!



Por Graça Salgueiro

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Só consegue ser amigo do governo do Irã quem despreza a liberdade

Afrontados pela fraude colossal que viciou as eleições presidenciais, centenas de milhares de manifestantes expuseram-se nas ruas do Irã à truculência do Exército regular e à cólera das milícias a serviço dos aiatolás . O mundo civilizado comoveu-se com a coragem das multidões de manifestantes anônimos. Lula enxergou algo parecido com um jogo de futebol.

Primeiro, comparou os atos de protesto à reação de torcedores que não aceitam a derrota do time. Depois, exigiu respeito ao placar criminosamente adulterado. Nos meses seguintes, oposicionistas que não seguiram o conselho de Lula foram torturados e mortos. O estadista brasileiro não viu nada demais. No fim do ano, recepcionou Mahmoud Ahmadinejad com honras de estadista. E vai retribuir a visita em maio.

Indignadas com o cinismo de Ahmadinejad, que continuou a montar nas sombras o arsenal nuclear cuja existência sempre negou em público, as nações desenvolvidas exigiram que o farsante deixasse de mentiras. O mundo civilizado hoje vê com perturbadora nitidez um psicopata no comando de um regime primitivo. Lula só consegue enxergar um bom companheiro.

Ahmadinejad lhe prometera usar a energia nuclear só para fins pacíficos, revelou há três meses. Depois da notícia, a gabolice de praxe: “Ele não teria motivos para mentir para mim”. O espancador da verdade garante que o Holocausto não existiu e garante que não pretende atacar Israel. Lula acha a primeira afirmação um tanto exagerada e acredita na segunda.

Em 11 de fevereiro, no meio da entrevista coletiva em Brasília, uma jornalista perguntou o que o chanceler Celso Amorim achava da revelação feita horas antes por Ahmadinejad: o Irá já tem condições de produzir a bomba e é, portanto, “um país nuclear”. Visivelmente perturbado, um gaguejante Amorim primeiro duvidou do que ouviu, depois lamentou o que ouviu e enfim prometeu pensar no que ouviu. No dia seguinte, retomou a lengalenga exasperante: “Precisamos conversar bastante com o Irã”, disse o áulico de todos os chefes.

O governo brasileiro nunca quis conversa com o presidente colombiano Alvaro Uribe, para que ele tentasse convencer o vizinho a parar de tratar os narcoguerrilheiros das FARC como “insurgentes”. Tampouco quis conversa com o governo interino de Honduras, para saber o que fez Manuel Zelaya para justificar a deposição. Mas quer muita conversa com os companheiros iranianos. Esses merecem toda a paciência do mundo.

A paciência acabou, avisa o comportamento dos países que contam, todos convencidos de que chegou a hora de tratar com dureza os provocadores atômicos. Sempre do lado errado, Lula comunicou que não aceitará a adoção de “medidas unilaterais” contra o governo amigo. Parece brincadeira, mas ele acredita mesmo na Teoria do Ponto G, segundo a qual o mundo já não consegue viver sem ouvir a voz do Brasil.

O presidente nunca folheou um livro de História e é desoladoramente ignorante também em geopolítica. O cérebro baldio facilita as coisas. Permite-lhe, por exemplo, embarcar alegremente na fantasia do “protagonismo” alcançado por um país que ainda não descobriu como tirar das trevas 10 milhões de analfabetos ou mandar para a cadeia um único corrupto da classe executiva. Difícil é entender a inexistência, nas cercanias de Lula, de alguém capaz de dizer-lhe que nenhum chefe de governo tem o direito de cobrir de ridículo uma nação inteira.

Melhor assim. Quanto mais demorada for a parceria com o Irã, mais tempo terá o eleitorado brasileiro para entender que a política externa da companheirada antecipa as bandidagens que, se pudesse, já estaria praticando no Brasil. Quem se desmancha em agrados com a Venezuela de Chávez sonha com o “controle social da mídia”. Só pode ser parceiro do Irã dos aitolás quem despreza a democracia e odeia a liberdade. Os amigos estrangeiros só fazem por lá o que os stalinistas farofeiros pretendem fazer por aqui.

Augusto Nunes

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A primeira privatização a companheirada tenta esquecer

A privatização das empresas de telefonia começou em 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, com o leilão do Sistema Telebrás, certo? Sim, provavelmente errariam 99 a cada 100 inscritos no Enem. Sim, certamente fariam de conta 100 entre 100 militantes companheiros. O que eles hoje chamam de “privataria” teve início, quem diria, na administração municipal de Ribeirão Preto, comandada pelo prefeito Antônio Palocci. em seu primeiro mandato (1993-1996), o futuro estuprador de contas bancárias colocou à venda 49% das ações da Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto (Ceterp).

A Ceterp (que seria inteiramente privatizada na gestão seguinte, comandada pelo PSDB) era atendida por uma operadora local pertencente à prefeitura. Para conseguir aprovar a ideia proibida pelo programa do PT, Palocci aliou-se a adversários e por pouco não abandonou o partido. O prefeito alegou que só a parceria com a iniciativa privada permitiria que a empresa acompanhasse a evolução tecnológica cada vez mais acelerada. Foi esse um dos argumentos invocados por FHC. O PT acabou aceitando a alegação de Palocci. Mas nunca aceitou a mesma argumentação quando apresentada pelo governo tucano.

Os companheiros continuam inconformados com o valor atribuído a empresas privatizadas por Fernando Henrique, como a Vale. Eleito pelo PSDB, o prefeito Roberto Jábali também achou que o antecessor foi generoso demais com os compradores. ”A Ceterp foi entregue a preço de banana”, repetia Jábali, principalmente depois de ter vendido o restante das ações por R$ 200 milhões ─ quatro vezes superior ao cobrado pela primeira leva.

Até a década de 1990, os brasileiros esperavam de dois a três anos para a instalação de um telefone. Uma linha fixa figurava entre os bens patrimoniais declarados no Imposto de Renda. Em 1997, para conseguir um número de telefone no Brasil, era necessário cadastrar-se na telefônica local e depositar uma quantia corresponde a R$ 1.000 em valores de hoje. O dinheiro era mais tarde restituído em ações da Telebrás.

Os gargalos no sistema alimentavam um portentoso mercado paralelo de venda e aluguel de linhas, que ocupava duas ou três páginas diárias nos anúncios classificados dos jornais. Quem se dispusesse a pagar entre R$ 1,5 mil e R$ 3,2 mil poderia encurtar o caminho. Um celular custava em torno de US$ 4 mil e a espera chegava a três anos. Os nomes inscritos eram sorteados pela operadora. Com o sistema antigo, banda larga e internet ainda seriam exotismos estrangeiros.

Em 1997, havia 17 milhões de linhas fixas no Brasil. Hoje são mais de 43,5 milhões. Os telefones celulares, que chegaram na década de 70 mas só começaram a multiplicar-se 20 anos depois, saltaram dos 4,5 milhões de 1997 para os atuais 173,9 milhões. Como toda mudança de grande porte, o processo de privatização foi inevitavelmente afetado por equívocos e falhas. Mas o saldo é extraordinariamente positivo. Em poucos anos, o Brasil saiu da idade da pedra para ingressar na era moderna.

Prisioneiro do passado, o PT continua incluindo a privatização da telefonia entre os pecados mortais de FHC. Se isso não fosse apenas uma bobagem, o pecado original teria sido cometido por Antônio Palocci. É por isso que a primeira privatização a companheirada faz de conta que esqueceu.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

LULA E AMORIM PÕEM O BRASIL DE BRAÇOS DADOS COM UM GOVERNO TERRORISTA

O Irã anunciou que começa hoje um processo de enriquecimento de urânio a 20% — era de apenas 3,5%. Em outubro, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) propôs que o material fosse enviado para ser tratado no exterior, o que, em tese ao menos, facilitaria o controle e criaria empecilhos para o seu uso com fins militares. Há poucos dias, o governo deu sinais de que poderia aceitar a proposta. Ontem, o presidente Mahamoud Ahmadinejad surpreendeu o mundo e a AIEA com o anúncio — só não sei se surpreendeu Celso Amorim. Talvez não.

Eis o Irã; eis a sua política. Desde que tiveram início as pressões contra o programa nuclear secreto, ele só avançou. O mundo que conta reagiu de modo muito duro. Até a Rússia, que costuma se opor a propostas de sanções e que defende o desenvolvimento do tal programa nuclear para fins pacíficos, deu sinais de impaciência e recomendou ao país que aceite a proposta da AIEA. Só uma voz se vez ouvir pelo quase silêncio: a do Brasil; mais propriamente, a de Amorim. ATENÇÃO: ESTA FOI EXATAMENTE A FALA DE LULA QUANDO AHMADINEJAD ESTEVE NO BRASIL! Sem tirar nem pôr.

Estados Unidos e França continuam a falar, sim, em negociação, mas agora já acreditam que negociar compreende aplicar sanções. A União Européia e a ONU também protestaram. Não! O Brasil não protestou. Na prática, Amorim saiu em defesa do Irã e disse apostar nas negociações. A proximidade do Brasil com um governo que financia o terrorismo e que desenvolve um programa nuclear secreto é tal que até os mesmos argumentos podem ser encontrados na boca dos barbudos daqui e de lá. Mohsen Shaterzadeh Yazdi, embaixador do Irã em Brasília, afirmou: “Ao contrário de outros países, que reagiram contra o anúncio do presidente Ahmadinejad, o Brasil não pensa em colonizar outro país (…). Os países que reagiram têm forte armamento nuclear. Se falam a verdade sobre o Irã, que destruam primeiro os seus arsenais antes de dar conselhos aos outros.”

E isso implica, por dedução absolutamente lógica, que o Irã quer mesmo as armas nucleares: ora, se os países que reagem negativamente são hipócritas porque criticam o Irã tendo seus próprios arsenais, há que se ficar com um de dois corolários possíveis:
1 – os que detêm arsenais devem destruí-los, e isso os igualaria ao Irã;
2 – se aqueles não destroem, o Irã faz o seu, e isso o igualaria aos demais países.

Reitero: a boçalidade dita por Yazdi é originalmente de Lula. E isso é nada menos do que a defesa, na prática, de o Irã desenvolver armas nucleares. Aí perguntam os “simplórios”: mas não pode? NÃO! NÃO PODE!!! Os iranianos não disfarçam que um de seus objetivos é destruir Israel. Os iranianos financiam hoje o terrorismo em pelo menos três países — Israel, Líbano e Iraque. Os iranianos vieram praticar atos terroristas aqui do lado, na Argentina. E estão brincando com fogo também. Porque não duvidem: antes que o país tenha, sabe-se lá em que prazo, condições de fazer a bomba, Israel se encarregará de mandar pelos ares suas instalações nucleares — E ESTE NÃO É SÓ UM DIREITO QUE ISRAEL TEM: É UM DEVER!!! E o mundo pode conhecer, então, o inferno.

Enganam-se aqueles que pensam que o governo israelense, seja ele de que inclinação for, precisa da concordância dos EUA para isso. Se chegar à conclusão de que está ameaçado, agirá com ou sem concordância. Se a aplicação de sanções depende da Rússia e da China, o ataque militar só depende de Israel achar que PIOR SERIA NÃO AGIR. E agirá. E o mundo estará diante de uma crise de proporções inimagináveis.

Irresponsáveis
Esse risco, que é real — ou melhor: dada a premissa de que o Irã um dia pode chegar à bomba, a reação preventiva de Israel é certa como a luz do dia —, só dá conta da irresponsabilidade dos atuais governantes do Brasil. Foi o único país de algum peso no mundo que, na prática, alinhou-se com o Irã.

Eu ainda me lembro de 2004. Site e revista Primeira Leitura praticamente isolados a apontar os destrambelhamentos de Celso Amorim, e o Ministério das Relações Exteriores foi eleito, numa votação de jornalistas, o melhor do governo Lula! Os meus leitores mais antigos se lembram disso. Nem mesmo tiveram, vá lá, a delicadeza de eleger a Fazenda, de Antônio Palocci, que, afinal, resistira à pressão da ala heavy metal do PT que queria “dar cavalode-pau na economia”. Começava ali o superfaturamento de uma das maiores fraudes deste sete anos de governo Lula: a competência de Amorim. Este senhor alinhou o Brasil com tudo o que não presta no mundo. Leiam os artigos QUASE TODAS AS DERROTAS E BOBAGENS DE CELSO AMORIM e AMORIM E SEUS ALOPRADOS PRECISAM DE CAMISA-DE-FORÇA ,de 22 de setembro e 26 de novembro de 2009, respectivamente.

Além de uma política doidivanas, este senhor é estupidamente incompetente, como os textos deixam claro. Sua rotina é conseguir resultados contrários àqueles pretendidos. O prestígio do Brasil no mundo não deriva de sua ação. Ao contrário. Dou um exemplo: a Economist, sempre tão simpática e generosa com o Brasil, já perguntou “de que lado” está o país - das ditaduras ou das democracias? -, apontando a sua política externa caduca, em contraste com o avanço em outras áreas no cenário externo, notadamente o econômico.

E Ahmadinejad, evidentemente, é apenas uma das apostas temerárias de Amorim. Ontem, postei aqui o vídeo em que Hugo Chávez declara seu “voto” em Dilma, chama Lula de aliado e afirma que o brasileiro tem seu próprio ritmo - deixando claro que ele próprio, Chávez, acha um pouco lento. Mas o ditador não tem dúvida de que o petista está no rumo certo - o da escória internacional.

Se motivo de indignação nos faltasse, vejam o papel patético do Brasil - de Amorim e do, a esta altura, já inimputável Marco Aurélio Garcia - na crise hondurenha. QUE FIQUE CLARO: O BRASIL FOI UM DOS PROMOTORES DE UMA TENTATIVA DE INSTALAR A GUERRA CIVIL NAQUELE PEQUENO PAÍS! NADA MENOS DO QUE ISSO! Não contente em chamar golpe o que golpe não era - até aí, poderia se escudar na tolice dos outros -, tentou sabotar o processo eleitoral, reconhecido por centenas de observadores como limpo. Hoje, não reconhece um governo eleito democraticamente, que governa segundo uma Constituição também democrática. No caso do Irã, já disse, fez o contrário: Lula endossou eleições que até os aiatolás reconheceram fraudulentas, chamou os protestos da oposição de “reação de torcida que perdeu o jogo”, recebeu Ahmadinejad, defendeu seu programa nuclear e soltou aquela bobagem sobre o resto do mundo destruir seus arsenais.

Ah, sim. Um petralha logo indagaria, achando-se muito sagaz: “Se Israel pode ter a bomba, por que não o Irã?” Bem, em primeiro lugar, porque Israel não promete varrer ninguém do mapa e, se não a tivesse, talvez ele próprio já tivesse sido varrido, como quer Ahmadinejad. Há uma grande diferença entre ter uma arma para atacar e ter uma arma para dissuadir. EU NÃO ESPERO QUE PETRALHAS ENTENDAM ISSO PORQUE OS NOSSOS VALORES SÃO MESMO DIFERENTES. OS MEUS SÃO OS DA DEMOCRACIA OCIDENTAL. Os deles são o que restou do lixo internacionalista do comunismo, agora submetido à vigarice negocista. Se preciso, eu posso até lhes fazer poesia: as armas nucleares americanas são quase como anjos da liberdade, entendem? Já as da China, por exemplo, tem o cheiro do demônio da opressão. SIM, EU TENHO LADO. ACONTECE QUE A CANALHA TAMBÉM TEM.

Quando penso que, na crise hondurenha, boa parte da nossa imprensa comeu pela mão de Celso Amorim e do Itaramaraty, chamando de golpe a resistência democrática hondurenha e de restauração da democracia a possibilidade de volta de um golpista, eu me dou conta do estágio a que chegamos.

A delinqüência intelectual e política do Itamaraty, que põe o Brasil no apoio isolado ao Irã, só chegou tão longe porque, ainda hoje, Celso Amorim conta com verdadeiros ghost-writers em ao menos dois jornais. Essa gente se ajoelha diante deste Colosso de Rhodes da diplomacia. De joelhos para Amorim!!! Não sei se fui sutil demais ao tentar lhes passar o que isso quer dizer em termos de estatura.

Eis aí o outrora considerado “melhor ministro de Lula”. Conseguiu nos fazer o único parceiro mais ou menos relevante de um governo terrorista - ao lado de potentados como Hugo Chávez e Fidel Castro, é claro. E só para registro: no dia 4 deste mês, o Irã citou o Brasil como um dos países que poderiam receber seu urânio para enriquecimento. Amorim se fez de surpreso. No dia seguinte, ele já dizia que não “tinha nenhum preconceito” em relação a isso.

Por quê?
Amorim e Lula puseram o Brasil de braços dados com um governo terrorista que insiste em manter um programa nuclear secreto e que já plantou uma base de operação na Venezuela. Por quê? Para mim, este é um dos maiores mistérios da República.

Para começo de conversa, essa proximidade com o Irã mais afasta o Brasil de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU do que aproxima. E, para tentar conseguir essa cadeira, Amorim cometeu uma série de outros desatinos. Isso significa que a relação estúpida estabelecida com o Irã não se coaduna com a estupidez do conjunto. Essa intimidade, ademais, enfraquece um tanto as relações do país com a comunidade árabe, que não vê, por razões óbvias, com bons olhos os xiitas do novo “Império Persa”. Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, pediu a Lula que intercedesse junto a Ahmadinjad para que pare de financiar os terroristas do Hamas. O Brasil também desafia a União Européia, que, nesse particular, não tem divergências com os EUA porque mais suscetível ao terrorismo financiado pelo Irã.

Não sei o que justifica essa escolha. De uma coisa estou certo: não pode ser coisa limpa. Porque não pode haver limpeza onde há terror.


Por Reinaldo Azevedo